Novo governo

'Orgulho', diz Anielle Franco indicada ministra da Igualdade Racial

Ela é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018

Anielle é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, executada a tiros em março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, no Rio
Anielle é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, executada a tiros em março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, no Rio |  Foto: Rede social
  

Escolhida para ministrar a pasta de Igualdade Racial no governo Lula, Anielle Franco aceitou o convite e disse estar 'orgulhosa' e que vai guiar os trabalhos no novo cargo com bastante responsabilidade. O anúncio da carioca e cria da favela da Maré, na Zona Norte do Rio, foi feito pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta (22), que também confirmou outros 15 nomes para os ministérios. 

Anielle é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, executada a tiros em março de 2018, junto com seu motorista Anderson Gomes no bairro do Estácio, região central do Rio. 

"Depois de refletir com minha família, companheiras de caminhada e movimentos, aceitei o desafio. Em nome da minha irmã e mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria no Brasil e precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos. Encaro com orgulho e responsabilidade Seppir em 2023, órgão que foi pleiteado pelo movimento negro anos atrás", disse Anielle. 

Anielle é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, executada a tiros em março de 2018, junto com seu motorista Anderson Gomes no bairro do Estácio, região central do Rio
  

Ela ainda citou o nome da irmã como uma forte representação das mulheres negras e deu ênfase ao papel feminino dentro da política.

"Importante ressaltar que não adentro a equipe de transição sozinha, chego com o legado de Marielle e com a trajetória das mulheres negras. Isso mostra que somos muito maiores que qualquer discurso de ódio, desinformação e violências. Também é importante que nós, mulheres e pessoas negras, estejamos em todos os espaços de decisão de forma transversal. Somos qualificadas para estar em todos ministérios e secretarias. Vamos construir o Brasil do futuro, da esperança, para todas, todes e todos", declarou.

  • Anielle (esquerda) e a irmã, Marielle, executada a tiros em março de 2018
    Anielle (esquerda) e a irmã, Marielle, executada a tiros em março de 2018
  • Ativista dos direitos dos negros e da mulheres, ela fez parte da equipe de transição do governo eleito de Lula
    Ativista dos direitos dos negros e da mulheres, ela fez parte da equipe de transição do governo eleito de Lula
  • Escritora, ela lançou um livro contando a história da relação com a ex-vereadora
    Escritora, ela lançou um livro contando a história da relação com a ex-vereadora
  • Anielle é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, executada a tiros em março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, no Rio
    Anielle é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, executada a tiros em março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, no Rio
  

A carioca é jornalista, educadora, escritora e ativista dos direitos das mulheres e dos negros. Também é bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte, bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Flórida A&M e doutoranda em linguística aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Não será um ministério isolado. Vamos trabalhar com todos os ministérios para recuperar o retrocesso que foi feito nos últimos anos e para avançar de uma forma urgente, necessária e inédita na garantia de direitos e dignidades para o nosso povo e construir o Brasil do futuro", concluiu.

Anielle também integrou a equipe do governo de transição e esteve envolvida no grupo que incluiu as políticas para as mulheres n novo governo. 

Novos nomes

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ainda anunciou nesta quinta-feira (22) outros 15 ministros para o próximo governo. Até o momento, já tinham sido anunciados Fernando Haddad, na Fazenda; Rui Costa, na Casa Civil; Flávio Dino, na Justiça e Segurança Pública; José Múcio, na Defesa; Mauro Vieira, na Relações Institucionais. A cantora Margareth Menezes já havia informado que aceitou o convite para o Ministério da Cultura, que será recriado.

  • Advocacia Geral da União (AGU) – Jorge Messias (procurador da Fazenda Nacional);
  • Ciência, Tecnologia e Inovação - Luciana Santos (presidente do PCdoB);
  • Controladoria Geral da União (CGU) – Vinícius Marques de Carvalho (Advogado e professor de direito comercial da USP. Ex-presidente do Cade);
  • Cultura – Margareth Menezes (cantora);
  • Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Geraldo Ackmin (vice-presidente eleito);
  • Desenvolvimento Social - Wellington Dias (ex-governador do Piauí);
  • Direitos Humanos – Sílvio Luiz Almeida (Professor da Universidade de Columbia (EUA) e Fundação Getulio Vargas)
  • Educação - Camilo Santana (ex-governador do Ceará);
  • Gestão -  Ester Dweck (Professora Associada do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro)
  • Mulher – Cida Gonçalves (ex-secretária Nacional da Violência contra a Mulher);
  • Portos e Aeroportos – Márcio França (ex-governador de São Paulo);
  • Saúde - Nísia Trindade (presidente da Fiocruz);
  • Secretaria Geral de Governo – Márcio Macedo (deputado federal PT-SE);
  • Secretaria de Relações Institucionais - Alexandre Padilha (deputado federal PT-SP);
  • Trabalho – Luiz Marinho (ex-prefeito de São Bernardo-SP)
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